O presidente Marquinhos Indaiá durante o seu pronunciamento |
O bispo diocesano visitou a Casa de Leis para participar da sessão solene relacionada ao tema.
Após entoar o Hino da Campanha da Fraternidade de 2014, Dom Pedro Luiz Stringhini abriu os debates da sessão com uma mensagem e propôs ao público presente uma série de reflexões sobre o tema da CF 2014.
O Bispo falou que esse ano, com o tema ‘Fraternidade e Tráfico Humano’ e o lema: É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gálatas 5,1), a Igreja, com coragem profética, propõe que a nação brasileira encare a chaga social do tráfico de pessoas. Ligado ao tráfico de armas e de drogas, um crime pelo qual pessoas são aliciadas e traficadas para a exploração no trabalho, o comércio de extração de órgãos e a exploração sexual.
“A campanha da Fraternidade tem como objetivo não levar uma reflexão só para o interno da igreja, mas uma reflexão ecumênica e social, ela pode ser refletida por outras denominações cristãs e não cristãs por abordar temas da sociedade, nas Casas Legislativas, no Executivo, nas escolas de modo muito particular, a Pastoral da Educação procura levar também a reflexão às escolas”, declarou.
Presidente da Comissão em Defesa dos Direitos Humanos e da Cidadania na Câmara, Luiz Eduardo Oliveira Alves (PPS), o Edinho do Kemel, engrossou a fala do Bispo ao repelir o tráfico de pessoas. “Repudio todo tipo de escravidão existente no mundo”.
O vereador Welson Lopes (PROS) parabenizou o Bispo diocesano pelo empenho em favor dos mais carentes, que no geral, são presas fáceis para o aliciamento. “Empreender uma luta como essa não é fácil, é preciso muito amor e dedicação”.
Willian Ferrari (PROS), o Neno Ferrari, colocou a Casa de Leis à disposição da Igreja. “Esse é um problema que parece distante, mas pode estar mais perto do que imaginamos. Precisamos fortalecer o alcance e fazer com que a discussão chegue aos lares das pessoas”.
A presidente honorária do PTB, vereadora Jeruza Lisboa Pacheco Reis citou a passagem bíblica de Ester que foi escrava e conseguiu se tornar rainha, um exemplo de superação, de potencialidade humana.“Falar sobre escravidão humana, sobre as mulheres que são ludibriadas e enganadas, dos grilhões que acorrentam não só a classe feminina, mas toda a humanidade. Essa é uma realidade local, próxima. Temos hoje muitas mulheres que são acorrentadas e que não conseguem entender que são importantes não só em casa, para os filhos, para o esposo, para a igreja, mas também para a sociedade”.
Marquinhos Indaiá ladeado pelo bispo Dom Pedro Luiz Stringhini e os padres da cidade de Poá |
A sessão foi encerrada com a benção proferida por Dom Pedro Luiz Stringhini.
Também participaram do evento Padre Reginaldo Martins da Silva, Padre José Francisco Correia Pacheco, Diácono Valmir Donizete Pereira e Dr. Juliano Melo Duarte, membro da Comissão Defesa da Vida da Diocese de Mogi das Cruzes. Na ocasião o Executivo foi representado pelo secretário de Governo, Geraldo de Oliveira.
Campanha da Fraternidade
Segundo a maior autoridade da Diocese de Mogi das Cruzes, a Igreja no Brasil realiza, há cinquenta anos, no tempo da quaresma, a Campanha da Fraternidade, através da qual, aborda um diferente e urgente problema social do Brasil, contribuindo com propostas concretas capazes de se transformar em leis de defesa dos pobres e de toda a população, como o estatuto do idoso e a lei da ficha limpa.
Dados
O número de vítimas aumenta a cada ano, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), somente no Brasil o tráfico de pessoas faz cerca de 2,5 milhões de vítimas.
Ação
A Igreja propõe agir em três direções: prevenção, assistência às vítimas e incidência política. Atua na conscientização e no acompanhamento das vítimas, ajudando-as a superar traumas, como fazem a pastoral da mulher marginalizada, no auxílio às vítimas da exploração sexual, e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), no apoio às vítimas da migração para o corte da cana e outras situações que se configuram como trabalho escravo. O recrutamento ao trabalho degradante é feito por intermediários (‘gatos’) de patrões invisíveis.
Fonte: Câmara de Poá
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