sexta-feira, 14 de março de 2014

Câmara de Poá realiza sessão solene da Campanha da Fraternidade 2014

Bispo Dom Pedro Luiz Stringhini visitou a Casa de Leis nesta quinta-feira, 13, e ressaltou a necessidade da reflexão sobre o tema proposto na CF 2014 de forma ecumênica e, inclusive, em denominações não cristãs, por tratar de assuntos de interesse da sociedade
O presidente Marquinhos Indaiá durante o seu pronunciamento
A Campanha da Fraternidade 2014, com o tema Fraternidade e Tráfico Humano, foi apresentada na noite desta quinta-feira (13 de março), na Câmara de Poá. O assunto, que tem ganhado cada vez mais espaço na agenda de discussões do país, foi apresentado para parlamentares, lideranças e membros da sociedade civil organizada, bem como à comunidade católica presente no evento.

O bispo diocesano visitou a Casa de Leis para participar da sessão solene relacionada ao tema.

Após entoar o Hino da Campanha da Fraternidade de 2014, Dom Pedro Luiz Stringhini abriu os debates da sessão com uma mensagem e propôs ao público presente uma série de reflexões sobre o tema da CF 2014.

O Bispo falou que esse ano, com o tema ‘Fraternidade e Tráfico Humano’ e o lema: É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gálatas 5,1), a Igreja, com coragem profética, propõe que a nação brasileira encare a chaga social do tráfico de pessoas. Ligado ao tráfico de armas e de drogas, um crime pelo qual pessoas são aliciadas e traficadas para a exploração no trabalho, o comércio de extração de órgãos e a exploração sexual.

“A campanha da Fraternidade tem como objetivo não levar uma reflexão só para o interno da igreja, mas uma reflexão ecumênica e social, ela pode ser refletida por outras denominações cristãs e não cristãs por abordar temas da sociedade, nas Casas Legislativas, no Executivo, nas escolas de modo muito particular, a Pastoral da Educação procura levar também a reflexão às escolas”, declarou.
Presidente da Comissão em Defesa dos Direitos Humanos e da Cidadania na Câmara, Luiz Eduardo Oliveira Alves (PPS), o Edinho do Kemel, engrossou a fala do Bispo ao repelir o tráfico de pessoas. “Repudio todo tipo de escravidão existente no mundo”.

O vereador Welson Lopes (PROS) parabenizou o Bispo diocesano pelo empenho em favor dos mais carentes, que no geral, são presas fáceis para o aliciamento. “Empreender uma luta como essa não é fácil, é preciso muito amor e dedicação”.

Willian Ferrari (PROS), o Neno Ferrari, colocou a Casa de Leis à disposição da Igreja. “Esse é um problema que parece distante, mas pode estar mais perto do que imaginamos. Precisamos fortalecer o alcance e fazer com que a discussão chegue aos lares das pessoas”.

A presidente honorária do PTB, vereadora Jeruza Lisboa Pacheco Reis citou a passagem bíblica de Ester que foi escrava e conseguiu se tornar rainha, um exemplo de superação, de potencialidade humana.“Falar sobre escravidão humana, sobre as mulheres que são ludibriadas e enganadas, dos grilhões que acorrentam não só a classe feminina, mas toda a humanidade. Essa é uma realidade local, próxima. Temos hoje muitas mulheres que são acorrentadas e que não conseguem entender que são importantes não só em casa, para os filhos, para o esposo, para a igreja, mas também para a sociedade”.

Marquinhos Indaiá ladeado pelo bispo Dom Pedro Luiz Stringhini
e os padres da cidade de Poá
O presidente do Legislativo, Marcos Ribeiro da Costa (PDT), o Marquinhos da Indaiá, falou sobre o a participação da igreja em temas de interesse social: “Infelizmente, escravidão, a exploração ainda são uma realidade. É um problema muito grave. Falta informação, falta esclarecimento e a Igreja tem um papel muito importante com esse debate”, exclamou.

A sessão foi encerrada com a benção proferida por Dom Pedro Luiz Stringhini.

Também participaram do evento Padre Reginaldo Martins da Silva, Padre José Francisco Correia Pacheco, Diácono Valmir Donizete Pereira e Dr. Juliano Melo Duarte, membro da Comissão Defesa da Vida da Diocese de Mogi das Cruzes. Na ocasião o Executivo foi representado pelo secretário de Governo, Geraldo de Oliveira.

Campanha da Fraternidade
Segundo a maior autoridade da Diocese de Mogi das Cruzes, a Igreja no Brasil realiza, há cinquenta anos, no tempo da quaresma, a Campanha da Fraternidade, através da qual, aborda um diferente e urgente problema social do Brasil, contribuindo com propostas concretas capazes de se transformar em leis de defesa dos pobres e de toda a população, como o estatuto do idoso e a lei da ficha limpa.
Dados

O número de vítimas aumenta a cada ano, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), somente no Brasil o tráfico de pessoas faz cerca de 2,5 milhões de vítimas.
Ação

A Igreja propõe agir em três direções: prevenção, assistência às vítimas e incidência política. Atua na conscientização e no acompanhamento das vítimas, ajudando-as a superar traumas, como fazem a pastoral da mulher marginalizada, no auxílio às vítimas da exploração sexual, e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), no apoio às vítimas da migração para o corte da cana e outras situações que se configuram como trabalho escravo. O recrutamento ao trabalho degradante é feito por intermediários (‘gatos’) de patrões invisíveis.

Fonte: Câmara de Poá

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